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Há 13 anos era lançada a "Revista Preto no Branco" em Fortaleza



No dia 6 de abril de 2010, há 13 anos, era lançada a Revista Preto no Branco! Uma projeto editorial criado pelo jornalista Jeff Peixoto que, com a importante participação do advogado e escritor Alcimor Rocha Neto (editor-adjunto), do professor e escritor Max Franco e generosos apoiadores, marcou um curto período importante da comunicação e da cultura em Fortaleza. Uma publicação diferente, em sua estética, era literalmente toda produzida em preto e branco. A cada edição – foram oito, a derradeira em abril de 2014 –, além dos colunistas fixos, pessoas com ideias interessantes eram convidadas para compor a revista. Valendo-se do que disse, certa vez, o cineasta e pintor americano Andy Warhol: “A Revista Preto no Branco teve seus 15 minutos de fama”. O lançamento aconteceu no salão nobre do Ideal Clube.


Resolvemos relembrar o que escreveu Jeff Peixoto no editorial da primeira edição da revista:


SE EXISTEM DUAS VERDADES, SIGNIFICA QUE EXISTEM DUAS MENTIRAS?


O diálogo é a última chance que temos! Quem ousou dizer a frase acima? Pouco importa, afinal, ela cairia bem saindo da boca de qualquer ser pensante deste planeta que ousam afirmar que está próximo de bater as botas. E muitos querem dialogar, querem convocar os conectados e desconectados para o debate, seja lá qual for o tema. Mas, mesmo sendo uma prática legitimamente cordial, algo para os dotados de razão, muitas vezes o diálogo é tão desnecessário quanto as outras facetas de comunicação, entre elas o próprio silêncio. Porque, no resumo das intenções, o que todos querem é fazer prevalecer suas ideias, suas vontades e concepções, discute-se por uma vida inteira, debate-se, questiona-se, duvida-se, mas, em qualquer reunião de humanos racionais – outros nem tanto – uns sempre estarão tentando convencer os outros de que estão certos e que a verdade imposta é a que deverá prevalecer.


Ora, se há divergência de valores, de ideologias, ou seja lá o que mais, existirão quantas verdades? E quem realmente estará certo, sobretudo quando as coisas passearem pelos reles vergéis da subjetividade? Se existem duas verdades significa que existem duas mentiras? Se, em substituição a esse sinuoso ponto de interrogação, tivesse sido inserido um contundente ponto de afirmação, a própria pergunta já estaria sendo respondida e negada ao mesmo tempo, quase como sendo uma dizima periódica dialogal. Comunicação não se faz com grandes verdades, mas com grandes opiniões. A Revista Preto no Branco não tem a menor intenção de insinuar uma verdade, mas de abrir questionamentos sobre nossa cidade e o mundo que a cerca. Queremos a divergência saudável, o convencimento espontâneo, a negação enfática, mas queremos as coisas expostas com sinceridade, queremos opiniões inteligentes, questionamentos relevantes, pontos de vista lúcidos. Não queremos nossas mentes pensantes em cima do muro, queremos tudo revelado à mesa, tudo Preto no Branco. Esta é a primeira edição de um projeto que já nasce forte, os que fazem parte desta publicação sabem o que dizem e não temem que suas ideias sejam negadas pelos leitores: educação a distância, “Os dois lados do medo”, fotografia, ecologia, cotidiano, Máximas Mínimas, Direito, Sex on the Beach e Ted Kennedy, Onze Linhas, entrevista, coisas coisativas, gente que ganhou o mundo, gente que não fica em cima do muro mesmo...– é assim a comunicação, uma carruagem de concordâncias e divergências, mas que deverá sempre ser conduzida pelas mãos da inteligência e sensatez. E já que o diálogo é a última chance que temos, dialoguemos!



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